A ideia já não é nova, mas só recentemente, com o iPad, surgiu um tablet de sucesso. As empresas acotovelam-se agora para pôr no mercado computadores sensíveis ao toque, que já ganharam o título de grande moda tecnológica deste ano.
Não são computadores nem smartphones — ficam algures no meio. Quase toda a superfície é ocupada por um ecrã sensível ao toque e a gestos, rodeado por uma moldura com poucos botões (no caso do iPad, apenas um). São finos e tentam ser o mais leve possível. Alguns até cabem num bolso e poderiam passar por um telemóvel grande (até há, aliás, os que fazem chamadas). Os computadores tablet são a mais recente obsessão da indústria da tecnologia e o mercado prepara-se para assistir à chegada de uma mão cheia de novos aparelhos deste género. O iPad deve chegar a Portugal ainda antes do Natal. E um dos grandes concorrentes do tablet da Apple — chamado Galaxy Tab e produzido Samsung — estará nas lojas portuguesas já este mês. Até ao lançamento do iPad, o interesse dos fabricantes por estes computadores era relativamente reduzido. Mas o iPad, alimentado pela experiência e tecnologia do iPhone (e por 200 mil aplicações que permitem fazer quase tudo, desde aprender nós de gravata a medir a inclinação de um quadro pendurado na parede), foi um sucesso.
Os últimos números oficiais dão conta de três milhões de unidades vendidas nos primeiros 80 dias. Em rigor, o iPad pode até não servir para muito mais do que um computador: acede à Internet, permite ler artigos e e-mails, serve para jogar e ver filmes. Mas é muito mais confortável para levar debaixo do braço, para ler um livro ou uma revista sentado no sofá, ou para ser levado para a cama. Um estudo feito nos Estados Unidos indicou que 20 por cento do tempo que os utilizadores passam com um iPad é debaixo dos lençóis — algo que dificilmente acontecerá com um computador convencional.
Em boa parte graças ao sucesso do iPad — mas, em alguns casos, já desde antes disso — pesos-pesados da tecnologia, como a Dell, Samsung, HP, LG e a RIM (a canadiana que fabrica os telemóveis BlackBerry, populares entre executivos), apressaram-se a desenvolver os respectivos produtos para este segmento.
A ideia de um tablet, contudo, está longe de ser nova. E também não é uma ideia da Apple. Foi no ano 2001 que o termo se popularizou, quando o então presidente executivo da Microsoft, Bill Gates, apresentou um protótipo de tablet. Nos anos que se seguiram, acabaram por chegar ao mercado computadores que eram chamados tablet, mas que nada tinham a ver com o iPad e congéneres: eram computadores portáteis com um formato convencional, mas cujo ecrã rodava e se deitava sobre o teclado. Eram relativamente grandes e a utilização não era muito confortável. Normalmente, incluíam uma “caneta” para se interagir com os menus e ficheiros no ecrã e para se escrever. Nesse tempo, o reconhecimento de caligrafia era tido como uma tecnologia promissora.
Em boa parte graças ao sucesso do iPad — mas, em alguns casos, já desde antes disso — pesos-pesados da tecnologia, como a Dell, Samsung, HP, LG e a RIM (a canadiana que fabrica os telemóveis BlackBerry, populares entre executivos), apressaram-se a desenvolver os respectivos produtos para este segmento.
A ideia de um tablet, contudo, está longe de ser nova. E também não é uma ideia da Apple. Foi no ano 2001 que o termo se popularizou, quando o então presidente executivo da Microsoft, Bill Gates, apresentou um protótipo de tablet. Nos anos que se seguiram, acabaram por chegar ao mercado computadores que eram chamados tablet, mas que nada tinham a ver com o iPad e congéneres: eram computadores portáteis com um formato convencional, mas cujo ecrã rodava e se deitava sobre o teclado. Eram relativamente grandes e a utilização não era muito confortável. Normalmente, incluíam uma “caneta” para se interagir com os menus e ficheiros no ecrã e para se escrever. Nesse tempo, o reconhecimento de caligrafia era tido como uma tecnologia promissora.
Sem fórmula mágica
As empresas sabem que estão agora a criar um novo tipo de aparelho e sabem quais são os objectivos. Steve Jobs, o presidente da Apple, delineou-os quando mostrou o iPad pela primeira vez, em Janeiro: “Para criar uma terceira categoria de dispositivos [entre o telemóvel e o computador], estes terão de ser muito melhores em algumas tarefas-chave. Que tipo de tarefas? Coisas como navegar na Web, email, fotos, vídeo, música, jogos e livros electrónicos.”
Porém, a avaliar pela profusão de protótipos mostrados e pelos modelos que se preparam para chegar às lojas, as empresas ainda não sabem qual a fórmula exacta de sucesso. E todas estão a fazer mais do que simplesmente tentar imitar o iPad. Há marcas, por exemplo, que apostaram em ecrãs mais pequenos que o do iPad, que tem dez polegadas, sensivelmente o tamanho de metade de uma folha A4. Com a moldura em torno, o aparelho da Apple é bastante mais pequeno do que uma revista, mas significativamente mais espesso e pesado. Um ecrã pequeno pode não ser vantajoso para ver filmes ou para ler livros. Mas permite que o aparelho possa ser segurado apenas com uma mão e transportado mais facilmente.
As empresas sabem que estão agora a criar um novo tipo de aparelho e sabem quais são os objectivos. Steve Jobs, o presidente da Apple, delineou-os quando mostrou o iPad pela primeira vez, em Janeiro: “Para criar uma terceira categoria de dispositivos [entre o telemóvel e o computador], estes terão de ser muito melhores em algumas tarefas-chave. Que tipo de tarefas? Coisas como navegar na Web, email, fotos, vídeo, música, jogos e livros electrónicos.”
Porém, a avaliar pela profusão de protótipos mostrados e pelos modelos que se preparam para chegar às lojas, as empresas ainda não sabem qual a fórmula exacta de sucesso. E todas estão a fazer mais do que simplesmente tentar imitar o iPad. Há marcas, por exemplo, que apostaram em ecrãs mais pequenos que o do iPad, que tem dez polegadas, sensivelmente o tamanho de metade de uma folha A4. Com a moldura em torno, o aparelho da Apple é bastante mais pequeno do que uma revista, mas significativamente mais espesso e pesado. Um ecrã pequeno pode não ser vantajoso para ver filmes ou para ler livros. Mas permite que o aparelho possa ser segurado apenas com uma mão e transportado mais facilmente.
Já o PlayBook, apresentado pela RIM no início deste mês, e apesar do nome, tem uma forte vertente profissional. A empresa realçou o facto de poder ser ligado directamente a projectores ou monitores para fazer apresentações do género PowerPoint (o iPad exige a compra de adaptadores especiais). Mas não vai ter ligação à Internet via 3G, tendo de recorrer a redes sem fios convencionais ou partilhar uma ligação com um BlackBerry.
Por seu lado, a HP — que anunciara os seus tablets dias antes da Apple, numa parceria com a Microsoft — já está atrasada nos planos iniciais de introduzir um aparelho no mercado ainda antes desta quadra natalícia. A empresa adiou para o próximo ano o lançamento de dois modelos. Um estará equipado com o Windows 7 (a Microsoft, de resto, que tem uma quota de mercado acima dos 90 por cento nos computadores tradicionais, está a trabalhar para não perder o barco dos tablet, onde o sistema Android, impulsionado pela Google e gratuito, é um concorrente forte). O outro terá um sistema operativo próprio, adaptado de um sistema que equipava os PDA, aquela espécie de computadores de bolso, antecessores dos smartphones e que foram populares na segunda metade da década de 1990.
Como vão ser usados?
O nascimento de um mercado para computadores tablet afecta vários sectores: o dos livros electrónicos (o iPad é visto como uma ameaça ao Kindle), o dos computadores portáteis (alguns apontam o aparelho da Apple como a causa do abrandamento das vendas de netbooks) e o dos operadores de telecomunicações, que têm mais uma oportunidade para vender tarifários para consumo de dados através de ligações 3G.
Todos os operadores portugueses já puseram à venda cartões micro-SIM (como o dos telemóveis, mas mais pequenos), feitos a pensar no iPad — e isto apesar de nenhuma loja em Portugal vender o aparelho. A Vodafone prepara-se para lançar ainda este mês o Galaxy Tab. O responsável pelos Serviços de Banda Larga Móvel da empresa, Miguel Caridade, faz uma previsão para o tipo de uso que os clientes poderão dar ao aparelho: “A maior parte da utilização vai ser em casa ou em espaços fechados, como o escritório. Mas este equipamento [por ser mais pequeno que o iPad] está muito vocacionado para a mobilidade, para quem está nos transportes públicos ou à espera de um avião.”
O Galaxy Tab deverá também chegar ao mercado português pela mão da TMN, “ainda antes do Natal”, adiantou fonte oficial da empresa. A operadora espera que este aparelho seja usado “tanto num ambiente empresarial, como de lazer, embora seja provavelmente neste último onde se vão encontrar os maiores volumes em termos de mercado potencial”. E acrescenta: “Em casa, provavelmente, [será] para utilização de lazer no acesso à Internet, eventualmente em simultâneo com outras actividades, como ver televisão. Na rua, para além do acesso à Internet e aplicações, também [servirá] como forma de transporte de músicas, livros e ficheiros.”
via: O Pùblico
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