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BLACK GENUÍNO EM ESTÚDIO

Eddie-Pipocas: Conta-nos como começaste a tua carreira e quais ou quem foram as tuas Influências?

Black Genuíno: Fui influenciado pelos ritmos cubanos dos batuques normalmente o meu pai quando vinha de férias para casa fazia-se acompanhar de colegas cubanos que tocavam percussão e comecei a ter hábitos pela percussão foi ai que tive os primeiros contactos com a música e mas tarde com amigos começamos a fazer rimas a gravar de forma artesanal em casa com rádio cassete foi ai que tive necessidade de profissionalizar mas a cena então fui a procura de nossos meios e aprender a produzir comecei a trabalhar com programas de computador e a produzir as minhas musicas e a lançar para o people da net e de mão a mão assim comecei a minha carreira.

Eddie-Pipocas: Como músico o que trazes de novo e o que fazes de especial?

Black Genuíno: O que trago de novo e faço de especial é a forma de rimar, interpretar o rap e as situações da vida. Se notares pela minha música eu tenho frases mais compridas e ao mesmo tempo rápida, é uma forma diferente de rimar em relação aos outros mc’s, eu não sigo “regras” da música, isto é, rimar em tempo certo, etc. Eu quero inovar e deixar a minha marca. E no meu ponto de vista, a forma como a sociedade interpreta a minha música e a forma como faço (escrevo) o meu rap é o que tenho de especial e caracterizo-me como diferente.

Eddie-Pipocas: Que tipo de temas abordas nas tuas músicas e quando escreves, em que te inspiras?

Black Genuíno: Normalmente, abordo temas sociais, costumo falar de tudo um pouco, não falo apenas do mal, sei realçar tanto o que se passa de bom, como de mau na sociedade. Neste novo projecto que estamos a preparar abordamos temas como HIV, caminhos da vida, falo também dos angolanos que vivem fora de Angola há muito tempo devido á guerra, abordo temas religiosos como o “quem dá mais irmãos”, que realça a forma como os padres, pastores, entre outros, que influenciam de forma errada as pessoas. Também falo das raparigas (mulheres) que se comportam mal e também tenho outras músicas em que realço as mulheres que merecem, que têm valor; falo da minha mãe, de um amigo que perdeu a mãe, de modo a encorajá-lo e por fim tenho músicas de “skills”, aquilo a que consideramos o rap duro, que tem de estar sempre presente. Resumindo: escrevo um pouco sobre tudo.

Eddie-Pipocas: o que pensas da guerra que existe entre a música comercial e o underground, que começou nos EUA, depois passou pela Europa, África…?

Black Genuíno: Eu costumo dizer que toda a música é comercial, o underground também é música comercial porque também vende, é uma guerra que não tem muito fundamento. As pessoas devem fazer aquilo que sentem e que são livres para fazer. As pessoas têm de cantar aquilo que lhes vai na alma, há pessoas que começam por fazer underground, e mais tarde apercebem-se que não é aquilo que querem fazer. O hip hop é falares da tua “cena”, da tua vida, daquilo que tu és, o que pensas e não seguires muito os ideais dos outros. E esta guerra, que eu considero uma mera competição, porque guerra envolve armas, entre outras coisas piores, não deveria existir, deveríamos estar em harmonia e aceitar aquilo que os outros fazem, mesmo não concordando ou não gostando, pois é assim que se vive em sociedade, respeitando a personalidade dos outros e o que eles são. Para mim é o hip hop, a cultura.

Eddie-Pipocas: E como te classificas?

Black Genuíno: De momento não gosto de me classificar, pelo menos como comercial ou underground, penso que me identifico com o hip hop.

Eddie-Pipocas: Visto seres um Angolano residente em Portugal, como comparas o rap feito em Angola com o que é feito em Portugal?

Black Genuíno: Bom, eu penso que em Portugal se houve mais o rap considerado “old school”, é aquele rap mais revolucionário underground, porque é difícil encontrar em Portugal rappers comerciais que tenham grande sucesso, também se deve á mentalidade da população, os portugueses não aceitam tão bem o rap comercial como em Angola. E Angola apresenta uma diversidade enorme de rap comercial, isto é, em Angola sentes-te mais livre de fazer o que gostas e o povo te aceitar, do que em Portugal. Em Angola, penso que o rap está mais amplo, mais aberto para se poder criar, do que em Portugal, penso que aqui (Portugal) o rap seguiu uma linha que já dura há muito tempo e não sai daí. Já em Angola podes fazer e escrever o que és e isso para mim é hip hop.

Eddie-Pipocas: Aquilo que toda a gente pensa é verdade: que o genuíno músico/rapper, só vive da música?

Black Genuíno: Não, o genuíno Músico/rapper não vive da música, faz rap por amor, diversão, e tem de ter uma vida paralela ao rap. O genuíno Músico/rapper é estudante e trabalhador, e faz música nos tempos livres.

Eddie-Pipocas: Mesmo que não consigas ter sucesso no mundo da música, ao contrário do que esperas, pretendes continuar a tentar ou desistir, caso este teu álbum não tenha sucesso?

Black Genuíno: Eu já faço música há algum tempo e nunca tive grandes sucessos no mundo da música, como disse, faço música por amor e por gosto. Quando se ama, não se deixa aquilo que se ama. Quer este álbum tenha sucesso ou não eu vou continuar a lutar, a fazer música porque é o que gosto.

Eddie-Pipocas: Qual a mensagem especial que deixas para os leitores do blogue Eddie-pipocas?

Eddie-pipocas: Blogue da inovação, da tecnologia.” Estamos no séc. XXI, século da inovação e se quiseres curtir uma cena ou ver uma cena nova, diferente do que já viste tens de procurar no blogue do Eddie-pipocas porque lá encontras de certeza”.


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