O Metropolitano de Lisboa é o sistema de metropolitano da cidade de Lisboa. Foi inaugurado em 29 de Dezembro de 1959, tornando-se desta forma na primeira rede de metropolitano de Portugal e do mundo lusófono. É constituído por quatro linhas com 46 estações (seis das quais são estações duplas e de correspondência), numa extensão total de 39,9 km.
A ideia
Desde 1888 que se pensava em construir um sistema de caminhos-de-ferro subterrâneo na cidade de Lisboa. A ideia era do engenheiro militar Henrique de Lima e Cunha; este tinha publicado na revista Obras Públicas e Minas uma rede com várias linhas que poderia servir a capital portuguesa. Mais tarde, já na década de 1920, Lanoel d'Aussenac e Abel Coelho em 1923, e José Manteca Roger e Juan Luque Argenti em 1924, apresentaram os seus projectos para um sistema de metropolitano em Lisboa, mas ambos foram rejeitados.
Após a Segunda Guerra Mundial, na qual Portugal se manteve neutral, a retoma da economia nacional e a ajuda financeira do Plano Marshall deram um forte impulso para o início da construção do metro. Foi constituída uma sociedade a 26 de Janeiro de 1948, que tinha como objectivo o estudo da viabilidade técnica e económica de um sistema de transporte público subterrâneo em Lisboa.
Década de 1980
Ao longo da década de 1980, foram arrancando as obras de prolongamento do metropolitano, primeiramente de Alvalade às Calvanas, em 1980, depois de Sete Rios (actual Jardim Zoológico) ao Colégio Militar/Luz, em 1982, e ainda de Calvanas ao Campo Grande, em 1983. Também no ano seguinte, em 1984, viria a arrancar a construção do prolongamento de Entre Campos até ao Campo Grande, estação designada por Cruz Norte, numa época em que já se havia abandonado o projecto de construir uma estação nas Calvanas, perto do Hospital Júlio de Matos.
Desta forma, no final da década, mais precisamente em 14 de Outubro de 1988, teve lugar a inauguração do prolongamento que ligaria Sete Rios (actual Jardim Zoológico) ao Colégio Militar/Luz, com três estações: Laranjeiras, com intervenções artísticas de Sá Nogueira, Alto dos Moinhos, assinada por Júlio Pomar, e Colégio Militar/Luz, na qual interveio Manuel Cargaleiro. Também nesse mesmo dia abriu ao público a estação da Cidade Universitária, com intervenções artísticas da autoria de Maria Helena Vieira da Silva, e inserida no prolongamento que ligaria Entre Campos ao Campo Grande. Estas novas 4 estações foram as primeiras a ser construídas de raiz com um cais de 105 metros de extensão, que possibilitava a recepção de comboios de 6 carruagens, obedecendo também a uma filosofia que levava as intervenções plásticas até ao cais da estação.
Diagrama do sistema de metropolitano em 1993
Em 1990 foi apresentado o Plano de Expansão da Rede (PER), prevendo os prolongamentos Rossio – Cais do Sodré e Restauradores – Baixa-Chiado, a desconexão do Y da Rotunda e prolongamento ao Rato, e ainda o prolongamento até à Pontinha e construção do PMO III nesse local.
No ano de 1991, foi apresentado o protótipo da primeira série ML90, constituído por duas unidades triplas (motora-reboque-motora) de seis carruagens, tendo a primeira delas sido numerada de M-201, R-202 e M-203. A 3 de Abril de 1993 eis que a estação Campo Grande abre ao público, juntamente com os troços Alvalade – Campo Grande e Cidade Universitária – Campo Grande; com este prolongamento a rede do metropolitano crescera 3,1 quilómetros. Nesse mesmo mês, entrariam em exploração as duas unidades triplas ML90, com indicador de destino digitais e em geral mais confortáveis; note-se que estas quatro carruagens motoras eram as únicas a possuir uma porta frontal à cabine de condução, sendo retirada já na segunda série das ML90. Estas novas composições foram construídas pela Sorefame/Bombardier, podendo circular com ou sem o reboque.
Foi nesse ano de 1993 que foi apresentado o Plano de Expansão da Rede II, destinado a servir a futura Exposição Mundial de 1998; até 1999, o metropolitano deveria circular nas seguintes linhas:
Linha A (azul): Pontinha – Terreiro do Paço;
Linha B (amarela): Lumiar – Rato;
Linha C (verde): Telheiras – Cais do Sodré;
Linha D (vermelha): Alameda – Moscavide e Campolide – Estrela com ligação à estação Rato.
O PMO II viria a ser apresentado no final de 1994, após onze anos em terraplanagens e construção; no final desse ano, acabaria por ser encomendado o segundo lote das ML90 constituído por 17 unidades triplas (ou 51 carruagens). No dia 15 de Julho de 1995, o sonho da desconexão da Rotunda tornou-se realidade; o metropolitano detinha agora em exploração duas linhas: a Linha A (azul), entre o Colégio Militar Luz e o Campo Grande, passando pelo Rossio, e a Linha B (amarela), entre o Campo Grande e a Rotunda. A antiga estação Rotunda (agora Rotunda I) fora alargada de 75 para 105 metros e totalmente remodelada; a nova estação (Rotunda II) detinha um cais já com 105 metros.
Diagrama do Metropolitano de Lisboa em Março de 1998.
No final de 1996, foi concluída e entrega das ML90, sendo o segundo lote numerado de M-207 a M-257; as cores e os materiais utilizados neste segundo lote diferiam um pouco dos que compunham o primeiro. O parque de material circulante era agora constituído por 191 carruagens, 80 delas ML70, 54 ML79 e 57 ML90. A 18 de Outubro de 1997, seria inaugurado o troço Colégio Militar/Luz – Pontinha, o que permitiu ampliar a rede em 1,6 quilómetros; em Dezembro do mesmo ano seria inaugurada a estação Rato, a 600 metros da Rotunda II. Entretanto, continuavam em 1997, as encomendas de um novo lote de material circulante, agora denominado de ML95; estas novas carruagens tinham um aspecto muito semelhante às ML90 no exterior, embora com algumas diferenças técnicas como uma motorização diferente e controlo eléctrico de abertura e fecho das portas, que veio substituir o pneumático nas suas antecessoras. O novo logótipo do Metropolitano de Lisboa foi pela primeira vez inserido nas carruagens da nova série; neste ano, foi entregue metade – 19 unidades triplas ou 57 carruagens – do futuro lote de material circulante.
1998 Foi um ano em que muitos dos projectos do Metropolitano de Lisboa ficaram concluídos; logo em Março os nomes de quatro estações foram alterados:
Sete Rios → Jardim Zoológico
Palhavã → Praça de Espanha
Rotunda I e II → Marquês de Pombal I e II
Socorro → Martim Moniz
Diagrama do sistema de metropolitano em 1998, final da década
Em Abril foi inaugurado o troço Rossio – Cais do Sodré, com duas estações: Baixa-Chiado e Cais do Sodré, esta última com ligação ao interface ferroviário da CP e fluvial, crescendo a rede 1,4 quilómetros. A Linha Vermelha (na altura Linha D) seria inaugurada a 19 de Maio de 1998, três dias antes da abertura da Expo’98; o troço detinha uma extensão de 5 quilómetros e comportava sete novas estações: Alameda II, Olaias, Bela Vista, Chelas, Olivais, Cao Ruivo e Oriente. Foi nesta linha que circularam pela primeira vez composições de seis carruagens em Junho do mesmo ano; de forma a disponibilizar uma oferta que comportasse a procura do metropolitano à Expo’98, foi concluída a entrega das ML95 por esta época. A nova série estava numerada de M-301 a M-414, sendo composto, à semelhante da anterior, pela configuração motora-reboque-motora; no final de 1998, o parque de material circulante do Metropolitano de Lisboa era composto por 305 carruagens – 80 ML70, 54 ML79, 57 ML90 e 114 ML95. No final de 1998 a rede comportava 40 estações, havendo sido abertas ao público Cabo Ruivo em Julho, Baixa-Chiado em Agosto e Olivais em Novembro.
Em 1999 seria inaugurado o PMO III, na Pontinha; nesse evento foi apresentado o protótipo do futuro lote de material circulante, agora denominado de ML97, que seria composto por 18 unidades triplas (54 carruagens) articuladas. Esta nova série possibilitava a circulação livre entre cada unidade, sendo esta a grande diferença em relação à anterior; além disso, o protótipo tinha uma imagem mais moderna, sendo também inserido o sistema digital automático de informação aos passageiros. Segundo dados do Metropolitano de Lisboa, nestas unidades triplas o reboque pode ser removido, ainda que tal nunca tenha sido presenciado em circulação; durante o ano de 1999 foi entregue o novo lote de material circulante, numerado de M-501 a M-554. O parque do Metropolitano de Lisboa ficava, no virar do milénio, com 361 carruagens distribuídas por 80 ML70, 54 ML79, 57 ML90 e 114 ML95 e 54 ML97, o maior número que atingiu até hoje.
Diagrama do sistema de metropolitano no fim da 1º década do século XXI
Em 2002 a Linha Verde foi expandida na vertente norte até Telheiras. Dois anos mais tarde, em 2004, a rede passou os limites geográficos da cidade; primeiro no mês de Março, foi acrescentado à Linha Amarela um troço de cinco novas estações que partia do Campo Grande e seguia até Odivelas. Em Maio do mesmo ano a linha Azul foi prolongada desde a Pontinha até à estação de Amadora Este.
Em 19 de Dezembro de 2007, após 11 anos de construção, foi inaugurado o prolongamento entre Baixa-Chiado e Santa Apolónia, com alguma controvérsia e muitos atrasos sucessivos devido à dificuldade de construção. Em 2000, quando estaria prevista em três anos a sua conclusão, surgiram fissuras no túnel que levaram a um aluimento de terras. A consequente inundação do túnel veio atrasar a conclusão da obra e obrigou a cortar temporariamente o trânsito rodoviário na Praça do Comércio e em parte da Avenida Infante D. Henrique. Um novo túnel foi feito no local no interior do primeiro. As obras das Estações Terreiro do Paço e Santa Apolónia foram concluídas no verão de 2007.
Em 29 de Agosto de 2009 é inaugurado o troço da Linha Vermelha entre Alameda e São Sebastião, ficando pela primeira vez cruzamentos entre todas as linhas
Antes de mais, parabéns pelas fotografias!
ResponderEliminarComo decerto saberás, o texto que escreveste foi copiado da Wikipedia ou de um tópico do forum de discussões mundial SkyScraperCity. Dado que sou o autor dos textos, agradecia que indicasses o meu nome ou que pussesses no teu post a fonte de onde tiraste os dados.
Entretanto, convido-te a juntares-te ao forum SkyscraperCity e a ver o nosso tópico sobre o ML em http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1035965!